VOCAÇÃO MATRIMONIAL Pe. José Felippe Netto Quando se fala em “vocação” lembra-se logo no padre e na religiosa (freira, como muita gente conhece), não é verdade? É necessário lembrar que a vida matrimonial, ou o casamento, também é uma vocação, um chamado de Deus à maioria das pessoas. Você já havia pensado nisso? Para namorar, noivar e casar é necessário ter vocação! É preciso ser chamado(a) por Deus para esse estado de vida! O casamento é algo santo e querido por Deus. A própria Bíblia nos diz, no livro do Gênesis, que Deus disse ao homem e à mulher: “Crescei e multiplicai-vos” (Gn 1,28). O casamento foi elevado à categoria de sacramento e Jesus disse que o homem não pode separar aquilo que Deus uniu (Mt 19,6). Isto também é bíblico. O saudoso Beato João Paulo II mencionou o assunto no documento sobre a família. “A família cristã, de fato, é a primeira comunidade chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la, através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã. Como comunidade educativa, a família deve ajudar o homem e a mulher a discernir a própria vocação e a assumir o empenho necessário para uma maior justiça, formando-os, desde o início, para relações interpessoais, ricas de justiça e de amor”. Um sinal deste profundo interesse da Igreja Católica pela família foi o Sínodo dos Bispos realizado em Roma, de 26 de setembro a 25 de outubro de 1980. Por aí você pode tirar uma conclusão: casamento é coisa séria! Constituir uma família não é para qualquer um. Ninguém deve casar-se se não sentir-se preparado(a) para isso! Ninguém deve casar-se porque todo mundo casa! E parece-me que não é isso que a gente tem visto por aí, ultimamente, não é mesmo? Então, se você já se casou, faça um bom exame de consciência (balanço) e veja como está seu casamento. Se pretende casar-se, veja se está em condição de o fazer. Releie este artigo várias vezes durante a semana e pense no assunto.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
domingo, 18 de novembro de 2012
Aprovados para o Curso Propedêutico 2013
José Vinícius Bonfante
Paróquia São Pedro Apóstolo - Guariroba
Samuel Golfeto
Paróquia São Benedito - Monte Alto
Thales Martins dos Santos
Paróquia Santo Antonio - Taiuva
Danilo Morozini e Kleber Leocácio
Paróquia São Benedito - Jaboticabal
Guilherme Shimano
Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Viradouro
sábado, 17 de novembro de 2012
«Ide e fazei discípulos entre as nações!»
(cf. Mt 28,19)
Queridos
jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação
cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa
da Jornada Mundial da Juventude em Madrid mais «enraizados e edificados em
Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema:
«Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser
cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima
Jornada Mundial, que será celebrada no Rio
de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite
para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre aquela bela cidade
brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a
todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem
por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa
experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se
reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e
sereis as testemunhas de que o mundo precisa.
Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do
Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações»
(cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo
deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos
depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de
preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização
para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos
jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso
que podeis fazer aos outros.
1. Uma chamada urgente
A história mostra-nos muitos jovens que, através do
dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para
o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo,
levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e
possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por
exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que
partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um
grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam
generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente
na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a
vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral,
diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que
posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que
toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele
ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais
que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente
do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este
alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de
evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros
missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico
Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI
entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com
estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer
dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos
vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas
transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e
do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de
amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo:
«Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem
aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual.
Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico
nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos,
mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em
humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a
única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é
amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar
seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que
todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação
de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá
deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1
Cor 9,16).
2. Tornai-vos discípulos de Cristo
Esta chamada missionária vos é dirigida também por
outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João
Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris
missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento
cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso
missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não
se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da
alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual
construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no
anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas
atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis
também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.
Mas, que significa ser missionário? Significa acima
de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o
convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de
coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à
escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o
Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de
vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em
amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma
amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons
recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a
vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido
das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com
coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais!
Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a
verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário
pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é
necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi
na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no
Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista
em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de
compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar
enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para
enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação»
(Prefácio).
3. Ide!
Jesus enviou os seus discípulos em missão com este
mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem
crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa
levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus
Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e
salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo
conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André,
depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão
(cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus:
quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza
desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a
Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais
queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais
desejamos levar outras pessoas para Ele.
Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o
Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é
Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais
profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os
outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação,
somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro
o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a
sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos
conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de
fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende
a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los
ao encontro de Deus.
4. Alcançai todos os povos
Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para
dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu
amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício
de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa
conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma
comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os
confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares
e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!
Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso
redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa
de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse
amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns
encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a
sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho
pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus
não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em
diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade
verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são
apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as
famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de
amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos
os âmbitos da nossa vida, sem exceção.
Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve
fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das
comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já
oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a
introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores
sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais
quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete
de modo particular a tarefa da evangelização deste "continente
digital"» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais,
24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio,
levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o
risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o
encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.
O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre
mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho,
seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que
levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de
Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem
se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens,
não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para
aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do
encontro com Cristo.
5. Fazei discípulos!
Penso que já várias vezes experimentastes a
dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente
tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho
da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho,
mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que
fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso
testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O
anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver
toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do
amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se
sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com
quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem
procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há
esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais
que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da
nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus
ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do
Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt
28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o
Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que
estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua
Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e
viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez
tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei
alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não
tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai
o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e
no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.
6. Firmes na fé
Diante das dificuldades na missão de evangelizar,
às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu
não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas
que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando
vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a
fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende
primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à
chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele.
Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de
barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e
não de nós» (2 Cor 4,7).
Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos
sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada
por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na
oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe
que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus
instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as
palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais
geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de
Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua
colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa
vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa
ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei
frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a
misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na
caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da
Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a
Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do
Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da
adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no
Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso
missionário.
Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos
dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com
lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança,
particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em
certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar
publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já
tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a
permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as
provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e
perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de
mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt
5,11-12).
7. Com toda a Igreja
Queridos jovens, para permanecer firmes na
confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da
Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em
missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no
plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso
testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na
Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor
que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela
preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as
nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização
pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus
(Jo 4,37).
A propósito, não posso deixar de dar graças pelo
grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do
Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos
sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que
Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados
por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há
mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam
tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt
19,29).
Dou graças também por todos os fiéis leigos que se
empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram,
tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino
de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde,
do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do
apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho.
Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a
levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é
precioso no grande mosaico da evangelização!
8. «Aqui estou, Senhor!»
Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a
escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu
Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro,
o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços
estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus.
Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e
acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São
Francisco Xavier e muitos outros.
No final da Jornada Mundial da Juventude em Madrid,
dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão.
Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta
Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem
confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que
trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do
Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de
coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus,
Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt
28,20).
Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo
assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina.
De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em
Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os
jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam
uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede
vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna
à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos
coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.
A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização,
também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de
Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de
Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.
Vaticano,
18 de outubro de 2012.
BENEDICTUS PP. XVI
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
BIOGRAFIA DE DOM LUIZ EUGÊNIO PEREZ
BISPO EMÉRITO DE JABOTICABAL
Nasceu a 5 de maio de 1928, em Orlândia, Estado de São Paulo. Filho de José Perez e Maria Vieira Perez. Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor de Campinas e, em 1948, no Seminário Central do Ipiranga, São Paulo, onde cursou Filosofia e Teologia. Foi ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1954, pelo saudoso Dom Luiz do Amaral Mousinho, então Bispo de Ribeirão Preto; inicia seu trabalho como vigário cooperador na Catedral de Ribeirão Preto, onde permaneceu até 1956. Foi pároco de Cravinhos-SP, de 1957 até 1970.
Após servir como pároco foi nomeado Bispo de Jales, em 16 de março de 1970, pelo Papa Paulo VI, ordenado em 11 de junho do mesmo ano, pelo núncio apostólico Dom Humberto Mozzoni e pelos consagrantes Dom José Bernardo Mieli e Dom Jaime Luis Coelho. No dia 2 de julho do mesmo ano, tomou posse da Diocese de Jales, como segundo Bispo Diocesano, sucedendo Dom Arthur, ali permanecendo até o ano de 1981.
Sua transferência para Jaboticabal, como seu terceiro bispo diocesano, em sucessão ao Dom José Varani, foi em 29 de agosto de 1981. Suas principais realizações à frente da Diocese de Jaboticabal, dentre outras, foram: aquisição da Rádio Vida Nova, pertencente à Fundação Nossa Senhora do Carmo, que funciona como porta-voz da mensagem da Igreja Católica, no quarto andar do edifício da Sede Social Diocesana; a instalação do Seminário Propedêutico "Beato Frei Galvão"; a construção da Casa de Encontros "Nossa Senhora de Fátima" e Seminário Diocesano "Nossa Senhora do Carmo", como também a criação das Assembléias Diocesanas de Pastoral. O ponto alto de seu episcopado frente a Diocese de Jaboticabal foi a celebração do "Jubilaeum A. D. 2000".
Em 25 de junho de 2003, Sua Santidade o Papa João Paulo II aceitou o pedido de renúncia de Dom Luiz e nomeou Dom Antônio Fernando Brochini, CSS, até então seu Coadjutor, como o quarto Bispo Diocesano de Jaboticabal.
JUBILEU de PRATA de DOM LUIZ
Um fato marcante do episcopado de Dom Luiz, em Jaboticabal, aconteceu no dia 11 de junho de 1995, quando se comemorou com muita alegria o Jubileu de Prata de sua ordenação episcopal. Iniciando a comemoração, houve, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, concelebração da Santa Missa por bispos e padres vindos de diversas localidades, dentre eles: Dom Jaime Luiz Coelho, arcebispo de Maringá - PR; Dom Gilberto Pereira Lopes, arcebispo de Campinas; Dom Arnaldo Ribeiro, arcebispo de Ribeirão Preto; Dom Antônio Maria Mucciolo, arcebispo de Botucatu; Dom Aloysio José Leal Penna, bispo de Bauru; Dom Eduardo Koalik, bispo de Piracicaba; Dom Luiz Demétrio Valentini, bispo de Jales; Dom Pedro Fré, bispo de Barretos; Dom Constantino Amstalden, bispo de São Carlos; Dom Diógenes Silva Mathes, bispo de Franca; Dom Bruno Gamberini, bispo de Bragança Paulista e Dom José da Silva Chaves, bispo de Uruaçu - GO. Participaram, ainda, centenas de convidados: religiosos e religiosas, seminaristas, autoridades civis de todas as paróquias da Diocese de Jaboticabal e de outras regiões. Durante a celebração foi feita a leitura de uma mensagem do Papa João Paulo II, enviada por meio de carta na qual Sua Santidade cumprimentava Dom Luiz pela data. Em seguida, houve uma fraternal recepção na Casa de Encontros Nossa Senhora de Fátima, onde Dom Luiz não escondia sua satisfação de estar entre tantos amigos, principalmente, Dom Jaime Coelho, arcebispo de Maringá, de cujas mãos recebera sua ordenação episcopal, quando desempenhou a função de um dos consagrantes, em 11 de junho de 1970.
Assinar:
Postagens (Atom)